29/05/23
OBSERVAÇÃOOcupação Andorinhas presente na 10ª JURA
Na quarta-feira, 24/05, os agricultores familiares da ocupação de terra Andorinhas (Cantagalo) participaram da 10ª Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária, a JURA, que ocorreu na Universidade Federal Fluminense, campus Rio das Ostras.
Na banquinha de feira, as famílias de Andorinhas levaram os frutos da luta pela reforma agrária, legumes, raízes, queijos, frutas e sucos, entre outros. Mostrando que estão dando função social à terra produzindo alimentos saudáveis para o povo da cidade. Além de reforçar que quem produz o alimento que a população come não é o agronegócio, mas a agricultura familiar, os pequenos agricultores e assentados da reforma agrária.
Além dos alimentos, Andorinhas também produz cultura e resistência através do Teatro do Oprimido, metodologia foco da ação educativa do PEA que proporcionou a realização de uma apresentação na JURA chamada Vivências do Andorinhas.
Para a agricultora Alcimara Lozan: “o objetivo da ação de Teatro do Oprimido é mostrar que em Andorinhas existe agricultura familiar sim, e trazer uma produção diversificada para a feira”.
Já a agricultora Iracema de Oliveira coloca que “o nosso objetivo com a peça é sermos vistos, notados, chamar a atenção do poder público para as nossas necessidades. Não estamos ali como invasores, somos produtores, estamos vivendo do que plantamos ali. Ou seja, tem pessoas ali tirando o seu sustento da terra. A terra é boa, mas só produz se plantarmos, e como foi dito hoje aqui, se o povo não planta a cidade não janta, se o povo não roça a cidade não almoça. E nós estamos lá, roçando, capinando, plantando e colhendo, e vocês viram aqui a nossa produção.”
Segundo a agricultora Naíres dos Santos Paixão “estamos aqui para sermos reconhecidos, porque estamos há seis anos e cinco meses lá, estamos tendo apoio do Observatório e o Teatro do Oprimido tem gerado muita coisa boa.”
Em sua 10ª edição, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular completa 10 anos no Rio de Janeiro e traz uma grande programação de atividades e debates com o objetivo de buscar a visibilidade para ações de luta pela terra. A jornada acontece entre os meses de abril e maio, com parcerias do MST com universidades federais, estaduais, particulares e institutos de ensino por todo o Brasil.
Em Rio das Ostras a jornada contou com várias atividades culturais, roda de conversa, capoeira, lançamento de documentário, feira agroecológica, mudas nativas da Mata Atlântica, debates, lutas e festejos em defesa da reforma agrária, da natureza e da produção de alimentos saudáveis.