OBSERVAÇÃO
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16/05/24

OBSERVAÇÃO

Mulheres exigem reconhecimento dentro da cadeia produtiva da pesca

Pescadoras de Cabo Frio, Araruama e São João da Barra se encontraram no Fórum anual do PEA Rede Observação para falarem sobre suas vivências na pesca.

Mulheres pescadoras, beneficiadoras do pescado e marisqueiras se reuniram, contaram suas experiências de rotina que vão além da atividade pesqueira. Elas contam que não só pescam, elas filetam, descascam, beneficiam, fazem artesanatos, catam, divulgam, cevam, vendem e ainda dão conta do trabalho doméstico, cuidado com os filhos e precisam realizar outras atividades de complementação de renda.

Zeneide Cunha, pescadora de Cabo Frio relata um dos maiores desafios da classe: “Lutamos pelo reconhecimento do trabalho das mulheres dentro da cadeia produtiva da pesca pela sociedade e instituições”. Lucélia Cândido, beneficiadora do pescado de São João da Barra, conta outro conflito interno que as pescadoras enfrentam: “Existe uma dificuldade de comprar o pescado direto do pescador para fazer o beneficiamento, pois eles preferem vender direto para o frigorífico garantindo o volume de venda”.

Vanda Mello, pescadora de Araruama, relata a desvalorização do pescado: “No nosso território, 1kg de peixe limpo custa 1 real, o trabalho não compensa”. Entre os outros conflitos vivenciados por elas, foi mencionado a tentativa dos compradores de precificar o produto vendido, o que acaba desvalorizando o trabalho de preparo do alimento até chegar ao consumidor.

Elas esperam que o acompanhamento do PEA Rede Observação ajude a gerar a valorização do trabalho das pescadoras e que seus parceiros colaborem no trabalho doméstico. Desejam, também, a maior divulgação das atividades e construções de fóruns em seus municípios para que a cidade veja que existem mais grupos organizados lutando pelos seus direitos.

Este texto foi resultado da atividade pedagógica "Notícia em Rede", que reuniu seis grupos de sujeitos prioritários do PEA Rede Observação, no Fórum Anual 2024, para promover o debate de carácter regional entre as comunidades que realizam a mesma atividade tradicional (pescadores, marisqueiras, quilombolas e agricultores familiares).

 

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